Pesquisar

TEATRO de Caravelas











CULTURA SECULAR 

Em 1865, inaugura-se em Caravelas um ostentoso Teatro que dentre tantas companhias, ressaltou-se a "ROSA DE JERICÓ" de autoria do ator, diretor e jornalista Firmino Pereira, natural de Caravelas, cuja peça foi levada ao público no Teatro dos Bancários do Rio de Janeiro com a presença do Ministro da Educação Dr. Gustavo Capanema. 
Em agosto de 1960 outra importante Cia. Teatral Grupo Dramático e Recreativo de Caravelas (GDR), abrilhanta o povo com a peça "DEUS E A NATUREZA".

(ruínas da máquina de projeção de filmes do antigo cinema de Caravelas)

TEATRO MUNICIPAL DE CARAVELAS
(extinto teatro e cinema de uma companhia independente (esquerda com auto falante), 
década de 50-80. À esquerda, vista (casa com auto falante) do antigo cinema de Caravelas,
fundado em 1865 como Companhia de Teatro, transformado em cinema na década de 40 
e desativado em 1972, localizado na antiga Rua Grande, Hoje Rua 7 de Setembro 
ruínas do antigo Teatro e Cinema de Caravelas (criado em 1865)
Não sendo um prédio de belas linhas arquitetônicas, o teatro de Caravelas foi erguido a partir de uma construção sólida e perfeitamente apropriado ao fim a que se destinaram os seus idealizadores e edificadores. No seu palco, cômodo e completo, diversos grupos de amadores encenaram boas peças teatrais, obtendo calorosos e merecidos aplausos de um público exigente, como sempre soube ser o de CARAVELAS. Ali tiveram os seus dias de glória os amadores Joaquim Moreira, Cecílio Moreira, Firmino Pereira e Ariston Moreira da Silva, entusiastas do teatro, os quais encenaram por várias vezes a peça a "ROSA DE JERICÓ", alta comédia da autoria de Firmino Pereira, que mais tarde seria levada pela "Casa do Estudante", no Teatro dos Bancários do Rio de Janeiro, com a presença do Dr. Gustavo Capanema, então Ministro da Educação. Nasceu Firmino Pereira no dia 16 de Outubro de 1878 e faleceu nesta cidade no dia 23 de junho de 1942, depois de ter prestado vários e preciosos serviços à terra que viu nascer e a quem tanto amava. Se muitos Caravelenses julgam que Firmino Pereira nada fez por Caravelas, certamente ignoram as vezes que foi escolhido para representar nossa terra em diversas ocasiões na Capital do Estado, defendendo sempre intransigentemente os seus direitos; entretanto, se ele não deixou nenhuma obra pública visível aos olhos dos que só reconhecem o valor do homem pelo que fez de material, devem ao menos reconhecer o seu valor intelectual, que também é uma forma de ser útil a um povo, pois foi o único que levou o nome de CARAVELAS além das fronteiras estaduais, através dos seus escritos. 

O último grupo dramático organizado em CARAVELAS e que reviveu os brilhantes dias do vetusto teatro era composto dos amadores Hildebrando Guimarães, Philadelpho Monteiro, João Alcântara, Cristovam Monteiro, Noé Cajazeira, Aldeniza Soares Bomfim e Candida Assis, sob a direção do veterano e experimentado amador Cecílio Moreira, que denominou "GRUPO DE AMADORES DE CARAVELAS". Esse grupo visitou a cidade de Teófilo Otoni em outubro de 1938, onde foi calorosamente aplaudido, assim se expressando o jornal "O Norte de Minas", daquela cidade, ao se referir à estreia do grupo: 

"O espetáculo com que se apresentou à plateia teofilotonense o homogêneo conjunto, agradou à numerosa assistência. São amadores experimentados, senhores do segredo da ribalta". 

Outros profissionais da arte cênica, foram responsáveis por ostentosas e magníficas apresentações nos palcos da vida artística, neste exemplo, o Cine Glória era o local em que se abrigava as centenas de pessoas que orgulhosamente vibravam com as monumentais peças colocadas em cartaz, como especificamente foi o caso do Grupo Dramático e Recreativo de Caravelas, quando apresentaram a peça teatral "Deus e a Natureza", levada ao público em 6 e 7 de agosto de 1960 e depois por diversas outras vezes, face ao seu encanto, vislumbrado nos artistas Lival Passos, Antônio Conceição Santos Guida, Lucy Ramos, Maria Madalena Pimenta, Lourdes de Souza Pimenta, Manoel Teixeira Moura e o professor Leonel de Almeida Oliveira.


TEATRO LIVRE DE RUA
artistas independentes que engrandecem a Cultura 
                                                    
VIA SACRA CRUCIS
Teatro de Rua

É um exercício de piedade segundo o qual os fiéis percorrem mentalmente com Cristo o caminho que levou o Senhor do Pretório de Pilatos até o monte Calvário; compreende quatorze estações ou etapas, cada uma das quais apresenta uma cena da Paixão a ser meditada pelo discípulo de Cristo.


Embora semelhante exercício seja assaz antigo na história do Cristianismo, as modalidades que ele hoje em dia apresenta são recentes. Percorramos, portanto, rapidamente o histórico da «Via Sacra» para entendermos o significado dessa prática.

1. Peregrinação em miniatura

Há certas devoções do povo cristão que nada mais são do que a forma simplificada de formas anteriores tidas como próprias de uma elite ou como dependentes de circunstâncias históricas ultrapassadas.

Tal é o caso, por exemplo, do Santo Rosário. Na antiga Igreja os ascetas tendiam a rezar diariamente ou, ao menos, a intervalos regulares os 150 salmos da Escritura Sagrada. Com o tempo, porém, esta tarefa tornou-se impraticável, seja porque a vida cotidiana se complicou, seja porque os fiéis foram perdendo o entendimento dos salmos; daí a substituição destes por 150 «Ave Marias» distribuídas em dezenas, cada uma das quais representa um dos mistérios de nossa Redenção (por sua vez, os salmos nos falam dos mistérios do Redentor e do seu Reino na terra).

Tal é o caso também do hábito monástico. Esta veste significa consagração a Deus e pertinência a uma família religiosa cumulada de benefícios espirituais. O uso, porém, do hábito monástico não é permitido a cristãos que vivem no século, embora eles se anexem, dentro das suas possibilidades, à dita família religiosa. Daí a redução do hábito à forma de «escapulário», peça que pode facilmente (e com notáveis vantagens espirituais) ser usada pelos seculares.

As horas canônicas ou as preces oficiais da Igreja constituem uma forma de oração muito digna e rica de sentido, mas longa e difícil para o comum dos fiéis. Em consequência, compôs-se o «Oficio Parvo» ou «mariano», acessível aos leigos mais simples, que o recitam até de cor.

Pois bem; nesta série deve-se enumerar também a Via Sacra. Já que a peregrinação aos lugares santos da Palestina é um ideal para todo cristão, ideal, porém, que poucos conseguem realizar, a Santa Igreja consentiu em que os fiéis pratiquem uma peregrinação em espírito, enriquecida de graças semelhantes às que estão anexas a uma verdadeira peregrinação. É o que se dá justamente no exercício da Via Sacra.
A este vamos agora voltar nossa atenção, considerando esquematicamente

2. O histórico da devoção à Via Sacra

2.1. Desde os primórdios do Cristianismo, os fiéis dedicaram profunda veneração aos lugares santificados pela vida, a morte e a glorificação do Senhor Jesus. De longínquas regiões afluíam à Palestina, a fim de lá orar, deixando-nos em consequência suas narrativas de viagem, das quais as mais importantes na antiguidade são a de Etéria e a do peregrino de Bordéus (séc. IV). Voltando às suas pátrias, esses peregrinos não raro procuravam reproduzir, por meio de quadros ou pequenos monumentos, os veneráveis locais que haviam visitado.

2.2. A tendência a «reproduzir» se acentuou por efeito das Cruzadas (séc. XI/XIII), que proporcionaram a muitos fiéis o ensejo de conhecer os lugares santos e de se nutrir da espiritualidade dos mesmos. Então, principalmente nos mosteiros, se foram erguendo capelas ou monumentos que recordavam os diversos santuários da Terra Santa e eram objeto de «peregrinação» espiritual dos monges e das monjas que não podiam viajar em demanda do Oriente.
Conta-se, por exemplo, que a bem-aventurada Eustochium (+1491), pobre Clarissa de Messina, construiu no interior da clausura um recintozinho que lembrava a Natividade do Senhor, outro que evocava a casa de sua Mãe Santíssima, e outros mais que significavam respectivamente o monte das Oliveiras, o Cenáculo, as casas de Ana e Caifás, o pretório de Pilatos, o monte Calvário e, por fim, o Santo Sepulcro. Visitava diariamente esses monumentos e, «como se houvera assistido às cenas que eles representavam, contemplava com lágrimas a bondade do Celeste Esposo e todos os feitos deste na sua respectiva sucessão» (Wadding, Annales Minorum, ad an. 1491).

Um dos casos mais expressivos da piedade fervorosa da Idade Média é o seguinte: no mosteiro cisterciense de Louvão (Portugal), havia, provavelmente no séc. XV, uma Religiosa conversa que, antes de se consagrar a Deus no claustro, levava vida muito mortificada; entre outros atos de piedade, emitira o voto de peregrinar à Terra Santa. Tendo, porém, entrado para o mosteiro, já não podia dispor de si para empreender tal viagem; achava-se, por conseguinte, continuamente preocupada com a lembrança da promessa feita ao Senhor; os escrúpulos a torturavam. Orava, porém, e mortificava-se ardentemente, na esperança de conseguir realizar seu desígnio. Foi então que o Santo Padre o Papa promulgou um jubileu solene, concedendo aos confessores faculdades extraordinárias, inclusive a de comutar votos. A irmã, feliz, resolveu então recorrer ao confessor, pedindo-lhe comutação (embora não precisasse disto, pois sua profissão religiosa solene anulara qualquer voto de devoção). O confessor, para dar-lhe a paz de alma, respondeu-lhe que ela poderia fazer no mosteiro mesmo uma peregrinação espiritual protraída por tanto tempo quanto duraria a viagem à Terra Santa. Diante disto, a Religiosa, tendo obtido o consentimento da sua Superiora, resolveu empreender o itinerário espiritual: um belo dia despediu-se das Irmãs e cessou o intercâmbio com elas; doravante pelo prazo de um ano pôs-se a peregrinar dentro da clausura de um altar ou de um oratório para outro, identificando-os com os lugares santos que os peregrinos da Palestina costumavam percorrer; tomava suas frugais refeições depois que a comunidade sala do refeitório, deixando para os pobres a mor parte dos alimentos que lhe eram destinados; à noite dormia no chão, no lugar mesmo em que se encontrava quando tocava o sino para o repouso.

Após doze meses de tal regime, na tarde em que devia encerrar a peregrinação espiritual, a Irmã foi para a igreja, onde entrou em oração diante do Santíssimo Sacramento, com as mãos erguidas; ficou nessa atitude até a manhã seguinte, quando a Irmã Sacristã, tendo aberto a igreja, resolveu avisá-la de que os fiéis iam entrar na igreja para assistir à Sta. Missa. Eis, porém, que a «peregrina» estava morta, de joelhos, irradiando do seu semblante uma luminosidade extraordinária...

O fato causou profunda impressão nos fiéis da localidade, que mais tarde disseram ter obtido graças milagrosas por intercessão da santa Religiosa... (cf. Frei Bernardo de Brito, Primeira Parte da Chronica de Cister, 1. VI c. XXXIV foi. 463, Lisboa 1602).
Fique o episódio aqui consignado, a título de ilustração!...

2.3. De acordo com a documentação que nos resta, parece que até o século XII só havia, para os peregrinos da Palestina, guias e roteiros que orientavam a visita dos lugares santos em geral, sem focalizar de maneira especial os que diziam respeito à Paixão do Senhor; em 1187, porém, apareceu o primeiro itinerário que visava a via percorrida pelo Senhor Jesus ao carregar a cruz: é o opúsculo francês «L’éstat de la Cltéz de Jhérusalem». Somente no fim do séc. XIII começaram os fiéis a distinguir nesse itinerário etapas ou estações, cada uma das quais dedicada a um episódio do carregamento da cruz e consagrada por uma oração especial. Por causa das restrições ditadas pelos maometanos que ocupavam a Palestina, foi-se registrando, entre os cristãos, a tendência a fixar cada vez mais um programa determinado e quase invariável para a visita dos lugares concernentes à Paixão de Cristo ; no fim do séc. XIV tal roteiro comum já existia : percorria em sentido inverso a Via Dolorosa de Cristo, partindo da igreja do Santo Sepulcro (monte Calvário) para ir terminar no monte das Oliveiras (donde se vê que não havia propriamente a intenção de acompanhar em espírito Nosso Senhor na sua caminhada dolorosa).

Grupo Teatral de Cultura e Evangelização de Caravelas, foi criado há mais de 5 décadas, composto por vários e talentosos atores da nossa comunidade, dentre eles, os Professores Raimundo Nonato, José Miroveu, Adilson Conceição, Roberto Tavares, Luciano Lìrio e tantos outros, que anualmente, levam ao público essa brilhante encenação pelas ruas do município, fazendo revivermos estes acontecimentos e principalmente, chamando-nos para uma profunda reflexão. Este ato católico é praticado há mais de um século na cidade, onde décadas anteriores era apresentado somente na igreja na sexta-feira da paixão, posteriormente em clubes e após pelas ruas, o que veio contribuir para uma participação efetiva da comunidade. Todo ano o Grupo faz as suas apresentações no Povoado de Rancho Alegre, Barra de Caravelas, Ponta de Areia e em Caravelas. "É emocionante diz um participante, como Cristo sofreu. É muita crueldade". 

Registramos algumas apresentações, através de nossa equipe de profissionais com cobertura de imagens para produção do vídeo-documentário exibido nas páginas desse blog e, para contribuir com o fortalecimento, memória, preservação e continuação dessa valiosa cultura. Parabéns! 

VIA SACRA CRUCIS APRESENTADA PELO 
GRUPO TEATRAL  DE CULTURA E EVANGELIZAÇAO 
MUNICÍPIO DE CARAVELAS
(UMA REFLEXÃO DE VIDA, FÉ E ENALTECIMENTO)

Fotos: 
Arquivo Fundação Prof. Ralile

 
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
  
 
 
  
   
    
  
  
  
  
  
  
 
 
 
    
  
  
 
 
 
 


Nenhum comentário:

Destaque

SANTO ANTONIO DE BARCELONA _ DESFILE CÍVICO

https://youtu.be/30XglqDW1kQ?si=VGRevChubHe6LqGU

HOMENAGENS